Iniciativa, que teve como objetivo acelerar o processo de vacinação no Rio Grande do Sul, apresentou resultados nesta quarta-feira (15), em evento institucional
Mais de R$ 1,1 milhão entregues para 270 municípios a partir da aquisição e da distribuição de 1.898 caixas térmicas equipadas com termômetro à prova d'água e capacidade de 15 litros, 428 caixas de bobinas contendo 16 unidades de gelo rígido cada, 46 freezers horizontais de 534 litros e 40 câmaras de conservação de vacina de 120 litros. Esses são alguns dos resultados da união entre empresas, entidades e veículos do Rio Grande do Sul a partir da articulação estadual do movimento Unidos pela Vacina. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (15), durante evento institucional para apresentar resultados, agradecer parcerias e marcar o encerramento da atividade local.
Para chegar a esses números, a iniciativa contou com doações de Yara Brasil, Instituto Gerdau e Instituto Helda Gerdau Johannpeter, divididas em duas grandes entregas. A última delas foi anunciada durante o evento: serão R$ 606 mil distribuídos para 29 regiões do Estado, contemplando 262 munícipios. Com os recursos, o Instituto Cultural Floresta (ICF), que é o responsável no Estado por conectar empresas doadoras e regiões amadrinhadas, adquiriu itens fundamentais para a conservação e o transporte das vacinas contra o coronavírus. A Brigada Militar e a empresa Corelog Logística contribuíram com o armazenamento e as entregas dos materiais.
– A vacinação é importante para trazer um pouco mais de normalidade, permitir que nós voltássemos a ter um dia a dia com a economia funcionando, com as pessoas circulando e com empregos sendo gerados. Esse era nosso objetivo: trabalhar para que a vacina chegasse o mais rápido possível para todos – afirmou o presidente do Conselho Consultivo do ICF, Claudio Goldsztein, durante o encontro.
O Unidos pela Vacina foi idealizado pelo Grupo Mulheres do Brasil, presidido pela empresária Luiza Trajano, e reúne empresários e entidades de todo o país. O foco principal é identificar obstáculos em cada um dos municípios do Brasil que possam atrasar a vacinação, como problemas de logística, transporte e armazenamento da vacina, contribuindo com o Programa Nacional de Imunização, liderado pelo governo federal, e com estados e municípios. Para isso, um levantamento foi realizado no Rio Grande do Sul para mapear os gargalos à vacinação. A pesquisa foi enviada para os 497 municípios gaúchos e, desses, 277 responderam fazendo solicitações de auxílio – 39 foram beneficiados na primeira entrega e 262 receberão as doações a partir desta quarta-feira (15), sendo que 31 cidades foram contempladas nas duas ações.
A primeira entrega da mobilização foi realizada em 28 de junho, com uma doação de meio milhão de reais da Yara Brasil. Com a ação, municípios das regiões de Porto Alegre, Pelotas e Cruz Alta tiveram atendidas suas demandas de itens relacionados com armazenamento e logística dos pontos de vacinação com o envio de 725 unidades de caixas térmicas equipadas com termômetro a prova d'água e capacidade de 15 litros.
– Nós, junto com o Ministério da Saúde e com as Secretárias Estadual e Municipal de Saúde, estamos fazendo a nossa parte para que as pessoas possam ter acesso à vacina. Isso é resultado do esforço do poder público, mas vai muito além. É um esforço resultado da sociedade que se envolveu, da comunicação feita pelos órgãos de imprensa e, acima de tudo, pessoas que fazem muito mais que a sua responsabilidade social – disse o prefeito em exercício de Porto Alegre, Ricardo Gomes.
A articulação no Rio Grande do Sul foi anunciada em 5 de março, a partir da mobilização da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), da Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão (Agert), do ICF e do Grupo RBS, e contou com o apoio de dezenas de entidades como a Federação das Entidades Empresariais (Federasul), do Sistema Fecomércio-RS, do CDL-POA, do Sindilojas POA, do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis (Sescon-RS) e do Conselho Regional de Contabilidade do RS (CRCRS), além de empresas e pessoas, diretamente.
Na data, o Estado registrava 5,4% da população vacinada com pelo menos uma dose, segundo monitoramento da Secretaria Estadual da Saúde (SES). Recentemente, em setembro, o banco de dados registrou 70% da população vacinada com pelo menos a dose inicial contra o coronavírus.
– Sempre que chamada para colaborar com o bem-estar dos municípios, como neste caso do Gaúchos Unidos Pela Vacina, a Famurs se fará presente. A Famurs sempre será parceira desses projetos para o bem dos municípios, pois quem cuida dos municípios cuida das pessoas – ressaltou o superintendente de Assuntos Municipais da Famurs, Marcos Rogério dos Santos.
Além de contribuir para dar ritmo à imunização a partir do levantamento e das doações de itens que ocasionavam gargalos locais, o movimento Gaúchos Unidos pela Vacina trabalhou pela conscientização da população em prol da vacina por meio de uma campanha 360º, desdobrada em conteúdos publicitários e editoriais em rádio, TV, jornal e digital, para distribuir informações certificadas, ampliando o conhecimento e o engajamento sobre o tema, além de conectar rede de apoiadores no Estado para acelerar o processo de vacinação. Para a mensagem chegar a todos os cantos do Estado, veículos do RS se engajaram na causa, a partir de mobilização da Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão (Agert), e formaram uma grande corrente estadual em prol de uma solução possível. O Grupo RBS coordenou essa frente juntamente com a Agert.
– Além dos equipamentos, que serviram não só para o covid-19, mas para outras ações de saúde do nosso Estado, fica um legado da sociedade civil organizada na busca da convergência de um problema e, principalmente, de uma solução comum – destacou o presidente do Grupo RBS, Claudio Toigo Filho.
Conforme dados do consórcio de veículos de imprensa formado pelos veículos Folha, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1, o Rio Grande do Sul é o terceiro Estado com maior avanço na imunização contra a covid-19. Entre os fatores que levam à esse resultado, deve ser considerado a experiência de governos, prefeituras e profissionais da saúde gaúchos que, todos os anos, imunizam milhões de pessoas durante a campanha de vacinação contra a gripe – como o inverno é rigoroso e, segundo consta na Projeção de População do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a maior concentração de pessoas com mais de 60 anos é verificada no Estado, é costume organizar uma imunização em massa e reforçar à população a importância da vacina.
– Nós chegamos em um momento da pandemia, em meados de março e abril, que tivemos mais de 9 mil pessoas internadas. Hoje, felizmente, estamos abaixo de mil. Isso é resultado da soma de esforços, da união de todos. Quando se dizia que, na pandemia, nós precisaríamos ter serviços bem estruturados para fazer esse enfrentamento, nós sempre acreditamos, apostamos e vimos concretamente que a participação da sociedade civil seria o diferencial para podermos vencer a pandemia – finalizou a Secretária de Saúde do Estado, Arita Bergmann.
Ainda que a articulação no Rio Grande do Sul tenha concluído suas atividades, o movimento nacional Unidos pela Vacina segue recebendo doações para acelerar a imunização contra a covid-19 no país. Para mais informações, acesso o link:
https://www.unidospelavacina.org.br/